PARTÍCULA PARA NOS
EUCARISTIZAR – Abril 2015
Artigo publicado na
revista “El Granito de Arena”, abril 2015
“O Evangelho é o lugar dos
divinos encontros e das divinas surpresas. Para fazer um alicerce de pedra
escolhe alguém débil que O nega; para um tipo de amor consequente, fino,
perene, escolhe uma pecadora arrependida; para apóstolo dos gentios escolhe um
perseguidor”.
O
Evangelho sempre foi desconcertante, já que a maioria dos seus relatos não se
enquadra nos parâmetros humanos. Jesus faz coisas inconcebíveis, como acolher
os pecadores, comer com os publicanos e defender as mulheres de má vida.
E
são os chefes do povo, os guardas da lei de Deus, aqueles que mais O criticam e
rejeitam a sua doutrina. “Eles não percebiam que Deus é o Deus das surpresas,
que Deus é sempre novo; que nunca Se nega a Si mesmo. Surpreende-nos sempre”
(Papa Francisco, 13.10.2014).
E
a grande Notícia, que nunca tínhamos imaginado, e de que tantas vezes fala
Jesus, é que ninguém pode apresentar-se diante de Deus pelos seus próprios
méritos ou “direitos adquiridos”.
O
apóstolo Pedro, que se distingue por ser o único a negar por três vezes o
Mestre, continua a ser o escolhido por Jesus para o cargo de confirmar e
fortalecer os companheiros.
Maria
Madalena, depois de ter caído muitas vezes em pecados públicos, é constituída
mensageira dos apóstolos e, portanto, adquire um protagonismo único. Jesus teve
para ela uma missão, um novo evangelho a estrear.
Paulo,
de perseguidor a evangelizador, a fundador de Igrejas. Ele que era perseguidor,
converteu-o Jesus em “vaso de eleição”.
Foram
salvos não pelos seus esforços, mas pela infinita misericórdia do Senhor. Deus
pode até dar aos homens o que eles nunca mereceram, porque Ele não olha para os
nossos méritos, mas para as nossas necessidades.
Quando
nos encontramos com este insondável amor de Deus, é natural que desmoronem
todos os nossos esquemas. As divinas surpresas do Evangelho, que se repetem
ainda hoje, fazem com que “fiquemos sem ar” e até nos pode escandalizar que
Jesus deixe de lado os “piedosos” e cheios de méritos, e dê valor precisamente
aos que nada mereceriam d’Ele: pecadores que não vão à missa ou prostitutas que
olhamos de lado. Achamos que Deus devia dar a cada um o que merecesse. Mas o
Senhor é bom para com todos, quer mereçamos ou não, e esta bondade supera as
nossas medidas.
Este
é o Deus incrivelmente bom de que fala Jesus, e Aquele que temos que apresentar
com convicção na nossa evangelização, para que a mensagem do Evangelho produza
assombro e fascínio nos homens e mulheres de hoje. “A primeira motivação para
evangelizar é o amor que recebemos de Jesus, experiência da salvação que nos
leva a amá-Lo sempre mais” (EG 264).
“Do
santo Evangelho D. Manuel tirava as receitas que lhe deram os meios eficazes
para fazer as suas obras. Como Jesus que comia com os publicanos e pecadores
para lhes oferecer a Sua luz e perdão” (O Bispo do Sacrário Abandonado).
Ir.
Maria Leonor Mediavilla, MEN